quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Pimentel quer consulta popular sobre o metrô

22/01/2015 - Ministério das Cidades

Consulta pode ser feita em um prazo de três a seis meses e pode comprometer projetos já elaborados para a ampliação e construção de novas linhas

Os belo-horizontinos devem passar 2015 sem ver o início da aguardada obra de ampliação do metrô. Quatro anos depois de anunciada a liberação de verbas para a construção de duas novas linhas e com mais de R$ 60 milhões gastos com projetos e sondagens no solo da capital, a obra pode voltar à estaca zero. O governador Fernando Pimentel (PT) pretende lançar uma consulta popular para ouvir moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte sobre quais regiões devem receber os novos trechos do metrô. Dessa forma, será necessário revisar, ou até mesmo descartar, os projetos já elaborados para a ampliação da linha existente Eldorado/Vilarinho e para as novas linhas Savassi/Lagoinha e Barreiro/Nova Suíça.

Segundo assessoria de Pimentel, o tema será discutido em reunião marcada para fevereiro, em Brasília, entre as equipes técnicas do governo de Minas e do Ministério das Cidades, responsável pelos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Mobilidade Grandes Cidades. O governo estadual avalia que a consulta popular pode ser feita em um prazo de três a seis meses, mas não detalhou como será o processo.

A pasta das Cidades não informou se é possível transferir recursos do programa de uma obra que já foi autorizada para outra que não foi incluída na lista das propostas selecionadas. Caso a transferência não seja possível, o governo de Minas terá que buscar nova fonte de recursos para reiniciar o processo de ampliação. Até o final de 2014, das 33 obras selecionadas pelo ministério nas principais cidades brasileiras, 10 já estavam em execução, entre elas as ampliações do metrô de Fortaleza, Rio de janeiro, Salvador e Porto Alegre. No cronograma inicial para Belo Horizonte, as obras estavam previstas para começar no início de 2013, mas até agora os únicos avanços aconteceram nos projetos executivos.

O prefeito da capital, Marcio Lacerda (PSB),  não quis comentar as declarações de Pimentel sobre possíveis mudanças no projeto de ampliação. Lacerda tem acompanhado as negociações entre os governos estadual e federal desde 2010, quando o PAC – Mobilidade começou a ser elaborado. “Eu prefiro não comentar esse tema. Já tem muita coisa resolvida, que foi definida em reuniões com o governo federal. Outras ainda precisam ser decididas”, avaliou Lacerda. Em 2012, a prefeitura gastou cerca de R$ 8 milhões com as perfurações na Região Centro-Sul de BH.

No projeto de ampliação aprovado pelo Ministério das Cidades, estão previstas, além das duas novas linhas – Savassi/Lagoinha e Barreiro/Nova Suíça –, a implantação de 11 terminais de ônibus que fariam a integração de cidades da Região Metropolitana de BH com o Centro da capital. São três em Contagem, dois em Santa Luzia, dois em Ribeirão da Neves e um em cada um dos municípios de Sabará, Vespasiano, Sarzedo e Ibirité.

PEÇA DE FICÇÃO

Em 2011, em cerimônia que contou com a participação de Pimentel, então ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, a presidente Dilma Rousseff (PT) lançou o programa de mobilidade para as maiores cidades do país. A petista pediu aos governadores e prefeitos que apresentassem suas principais demandas na área, que seriam analisadas pelo Ministério das Cidades, e garantiu a liberação dos recursos federais.

O governo de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte apontaram as obras de expansão do metrô como ação mais importante para destravar o trânsito na capital e, no início de 2012, a obra foi incluída na lista das selecionadas para o PAC. O Palácio do Planalto reservou um montante de R$ 3,1 bilhões para a tão esperada obra de BH, sendo R$ 1 bilhão repassados pela União, R$ 1,2 bilhão em recursos da contrapartida do governo estadual e da prefeitura e o restante, cerca de R$ 900 milhões, da iniciativa privada.

Em 2013, começaram os primeiros passos para a obra que se tornou peça de ficção para os cidadãos belo-horizontinos. Em abril, Dilma e o então governador Antonio Anastasia (PSDB) assinaram a transferência de R$ 60 milhões para os cofres estaduais, dinheiro que foi gasto na elaboração dos projetos executivos. No ano anterior, o prefeito Marcio Lacerda tinha iniciado o processo, com mais de 150 perfurações em vários quarteirões do Centro da capital para levantar as características do solo que receberia uma das novas linhas.

No ano passado, a população voltou a ter esperanças em ver o início das obras quando foram apresentados os primeiros projetos executivos para a construção do trecho de 4,5 quilômetros, entre a Região da Savassi e a Estação Lagoinha. O projeto foi enviado ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal, mas foi devolvido ao governo de Minas, com falhas apontadas pela equipe técnica da pasta. A disputa virou um cabo de guerra entre petistas e tucanos, que, em ano eleitoral, responsabilizavam um ao outro pelos atrasos no início da obra. (Colaborou Alessandra Mello)

O projeto

Confira o que foi aprovado no PAC – Mobilidade Grandes Cidades que pode ser revisado pelo governo de Minas

Linha 1 (Eldorado/Vilarinho)
» Construção de um novo trecho de 1,8km da estação Eldorado até a nova estação Novo Eldorado
» Construção de duas estações: Novo Eldorado e Nova Suíça
» Revitalização dos 28,2km da linha
» Reforma no pátio de manutenção São Gabriel
» Elaboração de estudos para a ampliação até Betim

Linha 2 (Barreiro/Nova Suíça)
» Implantação do trecho de 7km entre Barreiro e Nova Suíça
» Construção de sete estações
» Obras de arte especiais: viadutos ferroviários e rodoviários
» Construção de uma oficina de apoio

Linha 3 (Savassi/Lagoinha)
» Implantação do trecho de 4,5km entre Savassi/Lagoinha via Rua Pernambuco
» Construção de quatro estações subterrâneas
» Ampliação da Estação Lagoinha
» Centro de Manutenção (futura estação Senai)
» Aquisição de veículos

Fonte: Ministério das Cidades. PAC-Mobilidade/Estado de Minas

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

CBTU BH contabiliza 64,4 milhões de passageiros transportados em 2014

09/01/2015 - CBTU

A CBTU Belo Horizonte transportou 64.438.052 passageiros no acumulado de 2014. Ao todo, foram realizadas cerca de 89,6 mil viagens, com índice médio de pontualidade chegando a 97,9%. A regularidade das partidas foi de 99,1 %. A média mensal de embarques passou de 5,3 milhões de pessoas circulando pelos trens da capital.
A estação Eldorado, com mais de 10 milhões de usuários/ano, foi a unidade que registrou o maior número total de embarques, seguida de perto por Vilarinho com 8,6 milhões de usuários/ano, que cresceu cerca de 10% no acumulado do ano.
 
Os números apontam que a demanda anual de passageiros do metrô manteve-se estável, apesar do ano ter sido considerado  atípico na opinião de diferentes especialistas, seja em razão da Copa, antecipação do período de férias escolares ou redução do número de dias úteis típicos.
 
Pesquisa realizada pela CBTU Belo Horizonte em novembro de 2014 aponta que a opção pelo metrô tem sido vista como uma preferência natural do usuário, que cita a rapidez das viagens e a proximidade das estações com o local de origem ou destino como fatores que dirigem a escolha no momento do embarque. Mais de 69% dos passageiros do metrô elegeram a rapidez das viagens como o principal critério para a escolha do sistema, outros 16% citam a proximidade da estação como fator decisivo para a viagem.
 
Números
• Eldorado registrou o maior número de embarques, com 10,03 milhões de pessoas/ano.
• Foram realizadas 89,6 mil viagens, com índices de pontualidade de 97,9% e de regularidade de 99,1%.
• A estação que mais cresceu em número de embarques foi Vilarinho, um aumento de 770 mil passageiros/ano, o equivalente a cerca de 10% de crescimento.
• O tempo médio de percurso entre duas estações foi de 2 minutos.
• O mês de setembro registrou maior demanda mensal, com mais de 5,8 milhões de passageiros.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Novo ano começa com expectativa para ampliação do metrô e obras no Anel Rodoviário

04/01/2015 - Estado de Minas

Velhas promessas, novas esperanças. As duas obras mais aguardadas há tempos para melhorar a mobilidade urbana em Belo Horizonte são a revitalização do Anel Rodoviário e a expansão do metrô, por meio de melhorias na Linha 1 (Eldorado/Vilarinho) e implantação de dois novos ramais. A Linha 2 vai ligar o Barreiro ao Bairro Nova Suíssa, e a Linha 3, a Savassi à Lagoinha. Em 2014, os governos estadual e federal passaram o ano sem se entender, pois em ambos os casos foram firmados acordos para que a União fornecesse os recursos e o governo do estado fizesse obras e projetos. Em 2015, a esperança é que as duas novelas cheguem ao fim, considerando que os governos do estado e federal agora são comandados pelo mesmo grupo político.

Segundo o governo de Minas, a Metrominas, empresa criada para administrar o metrô, aguarda a transferência da administração e dos bens patrimoniais da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para dar andamento ao processo de contratação da empresa que vai fazer as obras necessárias nas linhas 1 e 2 e operar o sistema por meio de uma parceria público privada (PPP).

Sobre a Linha 3, o governo do estado informou que enviou o projeto para avaliação da Caixa Econômica Federal. Quando a instituição finalizar o processo, é necessário que o governo federal assine o convênio para liberar os recursos prometidos. Segundo o Ministério das Cidades, a Caixa já concluiu a primeira fase de análise do projeto da Linha 3 e agora o documento está sendo avaliado pela equipe técnica do ministério. Sobre a cessão dos bens da CBTU, a pasta informou que vai se reunir com representantes do novo governo do estado para discutir o assunto.

IMBRÓGLIO

O governo de Minas informou que entregou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) os projetos de revitalização de 5,2 quilômetros do Anel Rodoviário considerados prioritários. Mas o governo estadual alega que a modalidade de licitação exigida pelo Dnit para tocar a obra poderia incorrer em improbidade administrativa. Em nota, o Dnit em Minas Gerais confirma ter recebido a minuta de projeto executivo dos trechos prioritários, mas diz ter encontrado incorreções no documento, manifestando à direção geral do órgão preocupação quanto ao compromisso firmado com o estado.

Se a revitalização do Anel Rodoviário caminhar em 2015, entra em cena na mesma obra a última linha de trabalho envolvendo o BRT em Belo Horizonte. "Enquanto os governos federal e estadual resolvem a requalificação, vamos elaborar um projeto de BRT no Anel Rodoviário", diz o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar.

A proposta é que, nesse caso, seja feito um serviço similar ao das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos, com pistas separadas para trânsito exclusivo de ônibus, sem a interferência dos demais veículos. Como o Anel articula os principais corredores de Belo Horizonte sem passar pelo Centro, a implantação do sistema na via por onde circulam hoje 120 mil veículos por dia seria uma opção importante para quem não quiser ir ao Centro.

O Estado de Minas procurou a equipe do governador Fernando Pimentel (PT) para tratar dos obstáculos para as obras do metrô e Anel Rodoviário, mas não houve fonte disponibilizada para comentar a situação das duas obras.

Acesso facilitado a Confins

Outra obra fundamental para a cidade, principalmente no acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, deverá ter andamento no segundo semestre deste ano. Na Avenida Cristiano Machado, três importantes cruzamentos terão intervenções concluídas até o fim da gestão do prefeito Marcio Lacerda, em 31 de dezembro do ano que vem.

Os projetos estão em andamento para construção de trincheiras e viadutos nas interseções da Cristiano Machado com as avenidas Sebastião de Brito, Waldomiro Lobo e Vilarinho. "Esses cruzamentos têm restrições que influenciam a fila para trás. Estamos elaborando projetos para resolver e garantir o aumento de capacidade, com trincheiras, viadutos, etc", afirma Ramon.

A segunda etapa das obras planejadas para o entroncamento da Região de Venda Nova, batizada de Complexo Vilarinho, só deve ser realizada em 2016. Para o ano que vem, a PBH ainda precisa abrir a licitação para os projetos, que devem durar o ano todo. A concepção básica da BHTrans prevê três viadutos, sendo dois para priorizar o tráfego do Move em vias exclusivas no acesso da Pedro I à Avenida Vilarinho e outro para o trânsito misto ligando Vilarinho e Padre Pedro Pinto.

VIA 710

Ao longo de todo o ano, as máquinas trabalharão na futura Via 710, que ligará as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado, passando por bairros das regiões Leste e Nordeste. A licitação da obra já está homologada e a ordem de serviços foi assinada em setembro. A previsão da PBH é que as obras durem este ano inteiro e sejam concluídas nos primeiros seis meses de 2016. Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a prefeitura já desapropriou 120 imóveis e restam 87 em tramitação. Já a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) informou que, das 411 remoções previstas, 128 já foram concluídas e ainda restam 283 em negociação.