sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Projeto que amplia funcionamento do metrô é aprovado na Câmara de BH

16/12/2016 - Portal Cidades

O metrô de Belo Horizonte poderá funcionar até mais tarde no próximo ano. Nessa quarta-feira (14), o plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou o Projeto de Lei (PL) 965/14, que propõe a ampliação do horário das estações até a meia-noite. A expectativa é que a medida seja apreciada pela Prefeitura de Belo Horizonte em fevereiro.

Apresentada em 2014 pelo vereador Joel Moreira Filho (PDMB), a proposta tramitou na Câmara por dois anos até a aprovação final no plenário. A ampliação do funcionamento até a meia-noite busca atender os trabalhadores e estudantes do período noturno e desafogar os ônibus da capital, escreveu Filho na justificativa da proposta.

Atualmente, o metrô de Belo Horizonte funciona das 5h15 às 23h.

A medida segue agora para redação final na Comissão de Legislação e Justiça e, em seguida, os parlamentares terão cinco dias para apresentarem emendas ao texto final. A expectativa é que o projeto chegue na mesa do prefeito para sanção ou veto em fevereiro do próximo ano.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), mas ninguém foi encontrado para comentar a proposta.

Metrô de BH não teve ampliação desde 2011, aponta pesquisa

Em comparação a outras seis cidades do país, o metrô de Belo Horizonte que não teve crescimento em extensão e em estações desde 2011, aponta pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT) divulgada na última segunda-feira (12). Ao todo, 14 municípios foram analisados.

De acordo com o levantamento, outros locais que implantaram os metrôs ultrapassaram a capital mineira em oferta de transporte sobre trilhos. Em Fortaleza (CE), por exemplo, uma linha com 43,6 quilômetros de extensão foi inaugurada em 2012. O metrô de Belo Horizonte, por sua vez, possui 28,1 km.

A única melhoria no metrô da capital foi o aumento no número de vagões, que saltou de 96 para 136.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Metrô de BH é o único que não teve ampliação desde 2011

13/12/2016 - O Tempo

Não houve novas estações nem aumento da malha, diferentemente de outras seis cidades do país

metrô

Movimento. No ano passado, o metrô transportou 61,1 milhões de passageiros, menos do que em 2014

JOÃO RENATO FARIA

O metrô de Belo Horizonte, com 28,1 km, foi o único que não teve crescimento em extensão e em estações desde 2011 se comparado a outras seis cidades do país, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nessa segunda-feira (12) (veja abaixo).

A capital mineira ficou parada no tempo, enquanto outros locais, que iniciaram depois a implantação de seus metrôs, ultrapassavam BH em oferta de transporte sobre trilhos, como Fortaleza (CE). São 43,6 km de extensão de metrô, inaugurado em 2012, mais VLT. Ao todo, 14 cidades foram analisadas.

A única melhoria no modal de BH, segundo a pesquisa, foi o aumento no número de vagões, que passou de 96 para 136. “Houve um acréscimo de 40 carros, o que é alto, mas não é suficiente para uma região metropolitana do porte de Belo Horizonte, o que mostra que existe uma deficiência no planejamento das ações”, afirmou o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.

Também não há perspectiva de execução dos projetos das linhas 2 (Calafate/Barreiro) e 3 (Lagoinha/Savassi). Além disso, a combinação entre crise econômica, saturação de passageiros e tarifa deficitária (R$ 1,80) pode provocar um colapso no sistema da capital mineira.

“Sem investimentos, o metrô acaba ficando muito cheio e, como consequência, repele os passageiros, que passam a buscar alternativas como o carro. Além de uma queda na arrecadação, existe um aumento no trânsito da cidade”, analisou Batista.

Segundo o levantamento da CNT, apesar de registrar um aumento de passageiros de 6,5% de 2012 a 2015, houve uma queda no número de pessoas transportadas, de 64,4 milhões em 2014 para 61,1 milhões em 2015. “Os trens são antigos, pesados, desconfortáveis e estão ficando abarrotados no horário de pico. O sistema está, hoje, perto do seu máximo”, afirmou o coordenador do departamento de Transportes da universidade Fumec, Márcio Aguiar.

Solução. Conforme a CNT, o melhor meio de resolver a estagnação do metrô de Belo Horizonte é cedendo o sistema para a iniciativa privada. “Defendemos que o governo facilite a entrada de investidores privados nos sistemas”, disse Batista.

O especialista Márcio Aguiar concorda. “O governo federal não tem como investir. O governo estadual, muito menos. Se não mudar o modelo, não vamos avançar nada”, afirmou. Ele avalia que as soluções encontradas por São Paulo e Rio de Janeiro poderiam ser adaptadas para a capital mineira. “No Rio, o metrô avançou depois das Parcerias Público-Privadas (PPP). Em São Paulo, a linha amarela foi construída e é operada pela iniciativa privada”, exemplificou. O metrô de BH tem 30 anos.

Silêncio. Procurada pela reportagem na tarde dessa segunda-feira (12), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) não havia se posicionado sobre a pesquisa até o fechamento desta edição.

EXPANSÃO

Capital precisaria de 199,5 km de linhas ferroviárias

Para atender o aumento da demanda e o crescimento da população, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que o sistema tenha que saltar dos atuais 28,1 km para 199,5 km, um aumento de mais de 600% na extensão.

Esse levantamento, que não fez parte da pesquisa e foi feito em 2014, inclui metrô e trem metropolitano. Para sair do papel, essa intervenção custaria, ainda segundo a CNT, cerca de R$ 46,12 bilhões. “Belo Horizonte possui uma região metropolitana extensa, populosa e de economia forte. Precisa de uma atenção maior dos gestores para que o sistema volte a ter investimentos”, afirmou o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.

O problema, na opinião do coordenador do departamento de Transportes da universidade Fumec, Márcio Aguiar, é justamente esse recurso chegar ao metrô. “Em 2013, houve uma promessa de R$ 2 bilhões, que nunca chegaram. Infelizmente, Minas Gerais vai, mais uma vez, ficar para trás na história”, criticou.

ENTENDA A DIFERENÇA

Metrô x trem. A diferença entre eles não está relacionada ao trânsito em superfície ou por trecho subterrâneo. Segundo a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), para ser chamado de metrô, o sistema deve ter uma distância média entre as estações de 700 m a 1.200 m, além de um intervalo médio entre veículos no horário de pico de 90 segundos a 180 segundos.

Trens. Podem ter distância média de 1.500 m a 2.500 m entre as estações, além de intervalo no horário de pico que varia entre 120 segundos a 300 segundos.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Metrô de BH faz aniversário sem perspectivas de ampliação

02/08/2016 - Em.com.br

Enquanto isso, sistemas como o do Rio de janeiro se expandem. Pior: orçamento para este ano é um terço do ideal

Valquiria Lopes

Rodrigo Clemente/EM/DA Press
Rodrigo Clemente/EM/DA Press
Passageiros em plataforma de estação de BH: expansão é presente aguardado há 30 anos por usuários (foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)

Um aniversário com pouco a comemorar e um presente esperado há 30 anos que continua sem data para chegar. O metrô de Belo Horizonte completou ontem três décadas de uma história inacabada, sem previsão de término ou de expansão, que nunca levou o trem de superfície da capital além dos atuais 28,1 quilômetros de extensão. Ao contrário, o sistema “comemora” a data em meio a um assombroso corte orçamentário. Enquanto precisaria de R$ 121 milhões para cobrir todo o custeio e manutenção em 2016, apenas R$ 86 milhões foram previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), dos quais apenas R$ 47,3 milhões foram aprovados pela União. A nova planilha equivale a pouco mais de um terço do valor ideal e gera um déficit orçamentário que pode chegar a R$ 73 milhões até o fim do ano. O arrocho financeiro se soma a outros problemas: os cerca de 220 mil passageiros transportados diariamente convivem com uma rotina de superlotação e panes. Reclamam da segurança e do histórico plano de ampliação que não se concretiza.

Confira a reportagem especial Metrô Imaginário

Enquanto a verba não chega para Minas, outros sistemas já até mais avançados concluem obras para estender a estrutura existente. Em cerimônia no sábado, na Estação Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, o presidente Michel Temer inaugurou oficialmente a Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que liga o bairro da Zona Oeste a Ipanema, na Zona Sul. São cinco estações: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado e Jardim Oceânico. A expectativa é que até o fim do ano a nova linha, que começou a ser construída em 2010 e já custou R$ 9,7 bilhões (R$ 8,5 bilhões em recursos públicos), entre em operação plena e transporte cerca de 300 mil pessoas por dia. Com isso, o novo ramal vai levar, sozinho, 36% mais passageiros que todo o sistema da capital mineira.

Em BH, com três projetos de expansão elaborados e um em fase final – para mais 37,4 quilômetros de malha ferroviária –, as obras esbarram no velho impasse. “Não há orçamento”, afirma o superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Belo Horizonte, Miguel Marques, sentado em sua sala na sede da empresa em BH, no Bairro Floresta, de onde se vê e ouve o metrô passar. Mesmo assim, o advogado mineiro de 37 anos – que não usa o serviço no dia a dia e está à frente da companhia desde novembro de 2015 – faz um balanço positivo das três décadas de operação. “É um transporte público social. Tem uma tarifa que leva do Eldorado (Contagem) a Vilarinho por R$ 1,80, sem aumento desde 2006. Já tivemos várias evoluções. A última, em 2012, foi a aquisição de 10 trens. Enquanto os antigos comportam 1.026 pessoas, os novos transportam 1.300, têm ar-condicionado e são projetados com televisão. Acredito que esse foi o último grande avanço, um investimento de R$ 171 milhões”, afirmou o superintendente, ex-diretor da Metrominas, órgão do governo estadual que deve assumir a gestão do metrô de BH.

Sobre a tão sonhada implantação das novas linhas, o superintendente é otimista. “Chegamos com um pé na frente para a realização das obras”, avalia Miguel, ao explicar que os projetos para modernização da linha 1 e implantação das linhas 2 e 3 estão em fase final de elaboração e aguardando previsão orçamentária. O problema é que, se seguir pelos mesmos trilhos das últimas décadas, as obras orçadas entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões estão longe de ser executadas.

Desde a implantação do metrô, em 1986, o sistema recebeu cerca de US$ 870 milhões, suficientes apenas para que 17,3 quilômetros fossem acrescentados ao trecho da Linha 1, que dos 10,8 quilômetros entre o Eldorado e a Lagoinha passou para 28,1, chegando a Vilarinho, em Venda Nova. A título de comparação, enquanto São Paulo transporta em cinco linhas, distribuídas por 68 quilômetros, cerca de 4,7 milhões de passageiros em 24 horas, Belo Horizonte precisa de mais de 20 dias para transportar o mesmo volume.

GESTÃO É ENTRAVE Diferentemente dos sistemas do Rio e de São Paulo, o metrô de BH é administrado e operado pela CBTU, órgão federal com sede no Rio, vinculado ao Ministério das Cidades, que também administra os sistemas de João Pessoa, Recife, Maceió e Natal. Atualmente, o governo de Minas Gerais aguarda análise da proposta apresentada em março ao Ministério das Cidades para que o estado assuma o sistema. Assim, toda obra de expansão ficaria a cargo da Metrominas, que dispõe de previsão de R$ 36,3 milhões em verba federal para projetos. Segundo o ministério, o total necessário para elaboração dos projetos de todas as linhas é de R$ 47,3 milhões e o saldo remanescente será liberado à medida em que forem apresentadas comprovações de gastos.

A estadualização é apontada por especialistas como uma esperança de ampliação para o metrô. “Nos últimos anos, a CBTU esteve na alçada de um partido que a usou apenas para distribuição de cargos e outras questões de origem política. No meu entendimento, esse setor somente se desenvolverá se for estadualizado, dentro de um modelo adequado e transparente de desenvolvimento, em parceria com o setor privado”, afirma o professor.

Nos trilhos da história

Os 30 anos de operação comercial do metrô foram lembrados na edição de domingo do Estado de Minas, que publicou reportagem especial contrapondo o metrô que BH tem àquele que a capital merece. Com o tema #metroimaginario, foi criado um mapa de desejos para o transporte metroviário de BH, a partir de sugestões enviadas por leitores por meio de redes sociais. A malha imaginária tem 144 quilômetros e atende também Betim, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Nova Lima, além de diversos outros pontos da capital e o aeroporto de Confins. A reportagem mostrou os desafios orçamentários e a falta de vontade política para ampliação do sistema, além do sufoco que passageiros do trem de superfície de BH enfrentam diariamente.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Governo de Minas quer assumir a gestão da CBTU



07/04/2016 - O Tempo

O Governo de Minas Gerais quer assumir a gestão da Central Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que atualmente é gerida pelo Ministério das Cidades e administra a única linha de metrô existente em Belo Horizonte. A proposta é que a Metrominas, empresa pública criada para a expansão do metrô na capital, assuma os ativos da CBTU em troca da garantia de que o governo federal irá repassar os R$ 7 bilhões prometidos para a criação das linhas 2 e 3 do sistema.

No último dia 14, a proposta foi apresentada pelo secretário de Estado de Obras Públicas (Setop), Murilo Valadares, a representantes do Ministério do Planejamento, em Brasília. O governo federal ainda analisa a proposta.

De acordo com a Setop, as negociações para essa integração estão em andamento desde o primeiro semestre de 2015. Os projetos básicos para modernização e expansão da linha 1 (atual trecho em operação), implantação das linhas 2 (Barreiro/Nova Suíça) e 3 (Lagoinha/Savassi) já estão concluídos. Nesse momento estão sendo feitos os estudos para a linha 4, que até então não havia entrado em negociação que prevê a ligação da Estação Eldorado, com Betim, na região metropolitana.

Promessas

A tão sonhada expansão do metrô da capital já foi alvo de várias promessas do atual governo federal. Em 2012, durante visita na capital, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou R$ 3,16 bilhões para o metrô – R$ 1 bilhão da União, R$ 750 milhões financiados e o restante dividido entre Estado, prefeitura e empresas. No ano passado, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab afirmou R$ 1,75 bilhões já estavam garantidos, mas que outros R$ 5 bilhões seriam investidos para garantir a realização da obra completa.